segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mobilização no Morro do Turano.


Em 12/09, realizamos mais uma ação de mobilização no morro do Turano com objetivo principal de eliminar criadouros de mosquitos e orientar a população para prevenção a dengue. Atuaram AVS do Serviço de Vigilância Ambiental da AP 1.0  com apoio dos Agentes Comunitários de Saúde da AP 2.2, que atuam na comunidade. Com aproximadamente 30 profissionais, entre AVS 1.0, ACS da 2.2, e enfermeiras da AP 1.0, além da presença da diretora da DVS 1.0, percorremos as localidades conhecidas como Rodo, Matinha e Sumaré, visitando as residências para encontrar e eliminar criadouros, cobrindo caixas d'água com telas, orientando os cidadãos, mapeando e realizando um diagnóstico ambiental com ênfase em problemas como destino inadequado para o lixo e esgoto, além de verificar os já conhecidos riscos de escorregamento de terras nas partes mais altas do morro.

Encontramos grande quantidade de inservíveis nas encostas dos terrenos, nos quintais, e em algumas vielas. Há serviço de coleta regular realizado pela COMLURB, e dentro da comunidade existem garis comunitários, porém, em quantidade insuficiente. Realizamos UBV portátil (BM15) em trechos da rua próxima ao "lixões" no barranco e dois imóveis da Rua Nova, onde foi encontrada uma lona cobrindo os imóveis possibilitando acúmulo de água e onde foi encontrada uma grande quantidade de alados e focos, posteriormente enviados ao laboratório para análise. Ao término da atividade, cerca de 115 imóveis tinham sido visitados.

Uma equipe concentrou-se em percorrer o Rio Bananal, verificando os problemas de despejo de esgoto e lixo nas suas margens. Percebemos que além do lixo que é jogado diretamente no rio, muito lixo chega ao rio devido as chuvas mais fortes, que fazem deslizar dos barrancos mais acima um grande volume de terra e o lixo da encosta (lixão). Encontramos espécimes de Achatina fulica no rio Bananal, e alguns moradores relataram que o caramujo é mesmo comum no local.

No alto do morro, na comunidade Sumaré, onde ocorreu o escorregamento em Abril de 2010. verificamos ainda há famílias residindo no setor conhecido como “Pedacinho do Céu” que foi mapeado pela Fundação GEO-Rio e identificado como de alto risco de deslizamento, inclusive com novas construções. Identificamos o trecho onde houve o escorregamento, observamos as marcações da secretaria municipal de habitação em algumas construções e de acordo com a funcionaria da SMH, o processo de desocupação esta lento, pois há resistência por parte dos moradores e da igreja Evangélica Congregacional do Brasil. Segundo a publicação Avaliação do risco geológico-geotécnico associado a escorregamentos para as comunidades Estradinha (a montante do cemitério São João Batista), Morro dos Urubus, Morro dos Prazeres e Escondidinho, Morro do Fogueteiro, Complexo do Turano (setor Pedacinho do Céu) e Rocinha (Laboriaux). Rio de Janeiro: Fundação GEO-RIO 2010”, existem trabalhos desenvolvidos por esta fundação que apontam o setor “Pedacinho do Céu” como uma área de alto risco a escorregamentos, como já descrito no relatório“Caracterização do Risco de Acidentes Geotécnicos nas Favelas do Complexo do Turano”, de novembro de 1994. Até a presente data são reportados 84 (oitenta e quatro) registros no banco de dados da Fundação GeoRio (Sisplamte Geotecnia v 1.0), alguns de ocorrências significativas, com vítimas fatais, como, por exemplo, os de dezembro de 2001 e abril de 2010.
Diante dos problemas encontrados, precisamos continuar desenvolvendo junto a comunidade, atividades de educação e prevenção a todos os riscos identificados, atividades educacionais para a conscientização da população com relação aos agravos de saúde, aumentar a participação dos moradores em ações de preservação do ambiente onde moram e de destinação adequada aos resíduos domésticos que produzem. E é claro, maior envolvimento e presença de órgãos e instituições públicas apoiando o crescimento da qualidade de vida daquela população.

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